segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O exercício da alma

  


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De todas as reações humanas, sempre apreciei aqueles que sabem valer-se do silêncio como passaporte para qualquer debate. Em algumas situações, o silêncio que foi dado como resposta é a porta de reflexão para quem recebe. O silêncio quando não é esperado... dói! 
Ter a consciência de calar-se na hora sensata é ter a sabedoria que nem sempre as nossas palavras irão acrescentar. Quer ser ouvido? Escute! Para escutar...silencie! 
Não falo somente do silêncio de palavras pronunciadas, mas do silêncio que deve existir na alma. Não precisa de encontro marcado e nem de muitas cerimônias, pode ser em qualquer lugar desde que você se desligue do mundo. 
Se esvazie... deixe que a "faxina" interna seja feita! 
Em meio a tanto barulho, esse debate contínuo, trocas de palavras intensas... É tão importante calar e escolher o que  quer ouvir. Quando alguém precisar de sua companhia, silencie e fique ali, quietinho(a)! Quando for abraçar, silencie e sinta o momento. 
Quem muito tem a dizer passa a maior parte do tempo pensado. 
Silêncio é oração, é ponto final; a escolha a ser tomada; a interrupção para o beijo, o abraço sem contato; a finalização de uma etapa, junto com o suspiro o começo de uma jornada. É jejum da alma, é agua para quem tem sede, é calmaria, é turbilhão e as vezes é  uma companhia perfeita para o final de tarde . 
Silêncio é uma enxurrada de palavras que tão abstratamente desenvolve-se internamente. 
Admiro aquele que começa uma conversa com uma pausa para o silêncio, pois me leva ter certeza que o que está a ser pronunciado, foi pensado. Muitas vezes, sem perceber, deixamos nosso "barulho" vir a tona porque não sabemos lidar com as reticências, temos uma necessidade absurda de fincar um ponto de exclamação em nossos diálogos. 
É muito: "Eu tenho razão", e pouco " ... pode falar". Nessa linha tênue, seja apenas o coletor da mensagem. Nem toda barulheira lá fora será capaz de descobrir o seu novo método de calar, se assim você decidir. 
A sua paz de espirito não deve ser negociável. A nossa energia é fonte esgotável, por isso antes de sair gastando-a por aí, veja se realmente vale a pena. Caso contrário, silencie. 

 Talita Fernandes

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